PISA – PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES – EDUCAÇÃO BÁSICA – VERSÃO 2018
O programa visa medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade.
Brasil cai em ranking mundial de ciências e matemática e empaca em leitura.
Com o desempenho dos estudantes brasileiros estagnado desde 2009, o país perdeu posições na principal avaliação da educação básica no mundo, o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).
O Brasil aparece entre as 20 piores colocações no ranking das três áreas acompanhadas pelo exame: matemática, ciências e leitura. Ao todo, foram analisados 79 países e territórios.
Em comparação com os dados de 2015, a última versão antes desta, quando foram avaliados 70 países e territórios, o Brasil caiu da 63ª para a 67ª colocação em ciências. Nessa disciplina, o país supera apenas países como Cazaquistão e Bósnia e Herzegovina, ficando para trás de Uruguai, Chile e Tailândia.
Já em matemática, o país desceu do 66º para o 71º posto, ficando à frente apenas de Argentina, Indonésia, Arábia Saudita, Marrocos, Kosovo, Panamá, Filipinas e República Dominicana.
Em leitura, o país permaneceu praticamente estagnado, conseguindo apenas passar da 59ª para a 58ª posição, ficando atrás de países como México e Romênia.
Ranking dos países no Pisa – até a posição do Brasil:
Pequim, Xangai, Jiangsu e Guangdong (China) | 555 |
Singapura | 549 |
Macau (China) | 525 |
Hong Kong (China)* | 524 |
Estônia | 523 |
Canadá | 520 |
Finlândia | 520 |
Irlanda | 518 |
Coreia | 514 |
Polônia | 512 |
Suécia | 506 |
Nova Zelândia | 506 |
Estados Unidos* | 505 |
Vietnã** | 505 |
Reino Unido | 504 |
Japão | 504 |
Austrália | 503 |
Taipei chinesa | 503 |
Dinamarca | 501 |
Noruega | 499 |
Alemanha | 498 |
Eslovênia | 495 |
Bélgica | 493 |
França | 493 |
Portugal* | 492 |
República Tcheca | 490 |
Holanda* | 485 |
Áustria | 484 |
Suíça | 484 |
Croácia | 479 |
Letônia | 479 |
Rússia | 479 |
Itália | 476 |
Hungria | 476 |
Lituânia | 476 |
Islândia | 474 |
Bielorrússia | 474 |
Israel | 470 |
Luxemburgo | 470 |
Ucrânia | 466 |
Turquia | 466 |
Eslováquia | 458 |
Grécia | 457 |
Chile | 452 |
Malta | 448 |
Sérvia | 439 |
Emirados Árabes Unidos | 432 |
Romênia | 428 |
Uruguai | 427 |
Costa Rica | 426 |
Chipre | 424 |
Moldávia | 424 |
Montenegro | 421 |
México | 420 |
Bulgária | 420 |
Jordânia | 419 |
Malásia | 415 |
Brasil | 413 |
Desempenho no Brasil fica abaixo da média da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O pior desempenho do país aparece em matemática. Enquanto a média brasileira foi de 384 pontos na disciplina, nos países da OCDE ela foi de 489 pontos —uma diferença de 105 pontos.
A OCDE destaca, em relatório, que a média brasileira em matemática chegou a ter uma melhora de performance entre 2003 e 2018, mas que ela se concentrou nos primeiros ciclos do Pisa. “Depois de 2009, em matemática, como em leitura e ciências, o desempenho médio não mudou significativamente”, diz o texto.
As regiões chinesas de Pequim, Xangai, Jiangsu e Guangdong, que foram avaliadas como uma só, lideram o ranking em todas as áreas. Em matemática, por exemplo, a média dessas regiões foi de 591 pontos.
Outro destaque é o país de Singapura, que ocupa a segunda posição também nas três disciplinas. Já a República Dominicana e Filipinas se revezam nos piores resultados entre todos os países e regiões avaliadas.
No Brasil, metade dos alunos não entendem o que lê.
Por trás dos números apresentados pelo Pisa, segundo a OCDE, se traduz uma realidade de alunos brasileiros que não entendem o que leem, não sabem fazer conta e não entendem conceitos básicos de ciência.
Em matemática, por exemplo, 68% dos estudantes não conseguiram atingir o nível 2 do teste, o mínimo estabelecido pela OCDE como necessário para que o estudante exerça plenamente sua cidadania. A escala vai até o nível 6.
Na prática, esses alunos não conseguem responder às questões de matemática com clareza e não conseguem identificar ou executar procedimentos rotineiros seguindo instruções diretas.
Ao mesmo tempo, 50% dos alunos não alcançaram o nível mínimo para leitura, o que significa que eles têm problemas para interpretar informações e integrar contextos, além de ter dificuldades para ler notícias.
Em ciência, apenas 45% dos alunos ultrapassaram o nível 2 e demonstraram, por exemplo, que conseguem identificar se uma conclusão nessa área é válida a partir dos dados apresentados.
O Pisa 2018 foi aplicado a cerca de 600 mil estudantes naquele ano. Segundo a OCDE, o número é suficiente para representar cerca de 32 milhões de jovens de 15 anos dos 79 países e regiões participantes.
No Brasil, 10.691 alunos de 638 escolas fizeram o teste no ano passado, representando 2.036.861 estudantes de 15 anos (65% da população total dessa idade no país.