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José Carvalho de Souza nasceu na cidade de Lagarto no dia 24 de novembro de 1926. Filho de Joaquim Vieira Souza e Maria Carvalho de Sousa, que faleceu durante o parto, deixando o recém-nascido, sob os cuidados dos avôs maternos, o Coronel Zacarias e dona Joana Rosa do Amor Divino.

Na infância, apreendeu as primeiras letras com a professora Maria de Cerqueira Teles, na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, concluindo o primário no Grupo Escolar Sílvio Romero. Foi iniciado no estudo de música na Lira Popular de Lagarto.

Jovem, tentou aprender os ofícios de alfaiate e de sapateiro. Sem sucesso, e, aos 18 anos, manifestou sua vocação sacerdotal, mas, ao contar para a família não foi lhe dado crédito. Ainda assim, para fazer o curso secundário, em fevereiro de 1946, matriculou-se no Seminário Diocesano “Sagrado Coração de Jesus”, em Aracaju, cujo reitor era o Monsenhor Olívio Teixeira, onde concluiu o curso de humanidades.

Continuando os estudos, em 1950, transferiu-se para o Seminário da Paraíba onde cursou filosofia. Em 1953, chegou ao Seminário Maior de São Leopoldo, no Rio Grande Sul para estudar teologia. Cursou ainda Administração Escolar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São João Del Rei, em Minas Gerais.

Foi ordenado sacerdote aos 30 anos de idade, no dia 2 de dezembro de 1956, na cidade do Lagarto, por Dom Fernando Gomes. No ano seguinte, foi nomeado reitor do Seminário Diocesano de Aracaju e capelão da Igreja Sagrado Coração de Jesus.

Quando o Seminário enfrentou dificuldades financeiras, o reitor Padre Carvalho, propôs a Arquidiocese a criação de um educandário privado para conseguir recursos. O educandário começou a funcionar ainda no final da década de 50, em um prédio na praça Camerino, e, no dia 1º de março de 1960, já como Ginásio Diocesano “Sagrado Coração de Jesus”, passou a atender apenas a alunos do sexo masculino.

Para estruturar o Ginásio Diocesano, conseguiu recursos na Alemanha iniciando a reforma no velho prédio do Seminário, na atual rua Dom José Thomaz, inaugurando em outubro de 1966, o bloco de dois andares com saída para a rua Senador Rollemberg.

Recebeu o reconhecimento por sua dedicação à educação e a cultura: em 1968 foi nomeado conselheiro do Conselho Estadual de Educação e no ano seguinte eleito presidente da Associação Católica de Sergipe.

Tornou-se Cônego Catedrático do Cabido Metropolitano da Arquidiocese de Aracaju, pelo arcebispo Dom Luciano José Cabral Duarte, em 1975; foi nomeado o Diretor-presidente da Rádio Cultura de Sergipe, assumindo igualmente a presidência da Associação de Rádios, Televisão e Jornais do Estado de Sergipe (Assert), em 1976; assumiu como membro titular da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História de São Paulo, em 1998.

Em 2002, foi nomeado Monsenhor pelo Papa João Paulo II, por solicitação de Dom José Palmeira Lessa, Arcebispo de Aracaju; publicou seu primeiro livro, “Presença Participativa da Igreja Católica na História dos 150 anos de Aracaju”, em 2006; recebeu, a Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, honraria da Assembleia Legislativa de Sergipe, em 2007, pelas mãos do então Governador Marcelo Déda; em 2011, ele recebeu a Comenda Daltro, por ocasião das comemorações do centenário de falecimento de Monsenhor Daltro, em Lagarto.

Sob sua direção, durante cinquenta e dois anos, o Arquidiocesano se transformou em uma das maiores e instituições de ensino da rede privada de Sergipe, com excelente desempenho de seus alunos em competições esportivas e nos vestibulares.

Entretanto, em 2012, por decisão da Arquidiocese, foi proposta a sua destituição da Direção Executiva da Instituição, quando lhe foi oferecida a Direção Pedagógica. Depois de mais de meio século de serviços prestados, o Monsenhor Carvalho declinou do convite se afastando do Colégio.

Em que pese o desligamento de suas funções educacionais, manteve-se ativo e, em 2013, tornou-se imortal da Academia Lagartense de Letras, ocupando a cadeira de número 10, cujo patrono é Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro. Recebeu do Conselho Estadual de Educação de Sergipe, em 2015, concedeu-lhe o título de Honra ao Mérito Educacional.

Sua contribuição se estende para além do Colégio Arquidiocesano. É fundador do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, onde teve uma participação atuante por décadas.