Nascida em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em 27 de novembro de 1922, era a décima dos doze filhos do casal José Leite e Anísia Galrão Leite.
Iniciou seus estudos em casa, orientadas pelas irmãs mais velhas, e, em 1930, junto com sua família, mudou-se para Aracaju. Em 1935, sua irmã Zilda, satisfeita com o trabalho que vinha desenvolvendo, dando aulas particulares, decidiu abrir um Colégio em uma sala da casa muito simples, localizada na rua São Cristóvão, contando com quinze alunos, fundando o Colégio do Salvador.
Com o crescimento, o Colégio passou a adotar regime de internado quando Bernadete passou a auxiliar sua irmã, enquanto finalizava seus estudos. Concluiu o curso pedagógico na Escola Normal, onde formou-se professora em 1941. Nutria profundo orgulho de sua formação.
Em 1942, sua irmã Zilda ingressou na vida religiosa e o Colégio ficou sob responsabilidade de Bernadete, então com vinte anos de idade, e sua irmã mais nova, Mariá.
Lecionava nos primeiros e segundos anos primários e, com o passar do tempo, dedicou-se ao pré-primário, desenvolvendo um método próprio de alfabetização. Orgulhosa por alfabetizar em menos de seis meses, ela traduzia com brilho nos olhos sua alegria e orgulho em ensinar. Conduziu sua escola com dinamismo, disciplina, respeito aos valores éticos, morais e cívicos, garra e fé inabalável em Deus.
Era professora nata, com o dom divino de mestra e educadora. Em virtude da sua notoriedade de seu saber e experiência educacional, passou a integrar o Conselho Estadual de Educação por Decreto Governamental de 26 de outubro de 1971, tomando posse em 27 de outubro do mesmo ano, perante o Exmo Sr. Secretário de Cultura e Educação e Presidente do órgão, Dr. Marcos Pinheiro Monteiro.
Atuou também no Sindicato das Escolas Particulares de Sergipe, chegando a ser Secretária Geral quando a presidência foi exercida pelo professor Benedito Alves de Oliveira, seu grande amigo.
Presença assídua nas reuniões de Sindicato das Escolas Particulares de Sergipe, onde sua figura carismática, nos últimos anos, personificava o papel de mediadora, ouvida e respeitada por seus pares.
Sua casa era o antigo e prestigiado Colégio, onde suas famílias, de sangue e alunos, conviviam. Foram décadas de ensinos acumuladas com a direção do Colégio do Salvador, desde 1942 até sua morte em 6 de março de 2007, aos 84 anos.